terça-feira, junho 17, 2008

FECUNDO UM POEMA TRISTE


Embebedando-me de lembranças
Entrego-me a minha tristeza
Nesse ambiente de recordações
de decoração opaca... penumbra.


Olhar distante buscando passado
E uma presença ausente, entristece.
Arranco de meu útero, um verso triste.
Minha alma muda improvisa um sorriso.


Sem defesa... de repente um poema canta
Numa folha esbranquiçada, surgem as rimas.
E sem receios grito meus temores... é verão!
Minhas percepções mudam e me desnudo.


Fecundo mais um poema de letras miúdas
Lançando-o como semente no cio
É meu néctar espalhado para ser sugado
E por mais que eu me sinta só, é um detalhe.


A noite repousa trazendo estrelas cintilantes
Que se juntam ao poema tornando-o ardente
Letras dançam em minha memória, caladas.
E alcanço as letras invisíveis de meu ser!

Sandra Almeida

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